domingo, 27 de outubro de 2013

A BANDA QUE DESAFIOU O SISTEMA

INTEGRANTES TOOL
Por Eduardo Fontenele


Tool em português significa “ferramenta”, segundo os integrantes da banda eles desejavam que sua música fosse uma ferramenta para a compreensão da Lacrimologia, uma pseudociência, ou “ciência do choro”, um tipo de terapia que consiste em evoluir explorando sua dor física e emocional.
A Lacrimologia é provavelmente uma grande peça pregada pelo Tool nos críticos de música para justificar a origem do nome da banda e de quebra tirar do sério os que gostam de enquadrar e rotular tudo o que está em evidência no momento.  
Com suas letras agressivas, seu som sombrio e raivoso, e muito apuro técnico, o Tool, com seu metal progressivo, vem encontrando espaço entre as grandes bandas de rock pesado da atualidade e possivelmente ficará para a história depois que encerrar suas atividades. A banda americana, formada em 1990, tem como integrantes em sua formação atual: Maynard James Keenan (vocal), Adam Jones (guitarra), Justin Chancellor (baixo) e Danny Carey (bateria). Chancellor entrou para o grupo após a saída de Paul d’Amour.
Alex Grey e sua arte psicodélica
Um espetáculo à parte são os vídeoclipes da banda, ultra produzidos, bizarros, opressivos, revelando uma visão nada otimista da humanidade em geral. Seus clipes são protagonizados por seres infernais de visual soturno, na maioria das vezes criados pela técnica de stop motion, ou por computação gráfica. Uma grande influência para os vídeos e a arte dos discos da banda são as figuras psicodélicas pintadas pelo artista plástico estadunidense Alex Grey.
Os vídeos da banda geralmente ficam a cargo de Adam Jones, o guitarrista virtuose do grupo, ele assina a direção da maioria dos clipes. Jones, que estudou arte e escultura, é designer e escultor de efeitos especiais. Ele dirigiu os clipes de Sober (em colaboração com Fred Stuhr), Prison Sex, Stinkfist, Aenema, Schism, Parabola e Vicarious. E ainda foi o criador da maquiagem dos atores dos vídeos Schism e Parabol/Parabola.   
Jones foi classificado como o 75º melhor guitarrista de todos os tempos pela Rolling Stone e como o 9º dentre os 100 maiores guitarristas de metal de todos os tempos pela Guitar World.   
Outros integrantes também ganharam destaque na mídia internacional, são eles Danny Carey, consagrado como um dos melhores bateristas do mundo, citado em todas  as revistas especializadas, e o carismático cantor e líder da banda Maynard James Keenan, que, especula-se, seria fruto de uma rigorosa educação religiosa malsucedida, daí vem seu desprezo pelo Cristianismo, e de possíveis abusos sexuais, fato sugerido na já citada canção Prison Sex.
Keenan, artista inquieto, envolve-se constantemente em projetos paralelos, como a  banda A Perfect Circle e com sua carreira solo, onde usa o pseudônimo Puscifer. Além das frequentes aparições em shows e participações em discos de outros artistas.
Outra questão constantemente associada ao grupo é o conteúdo controverso de algumas de suas letras, tocando em temas tabus como o uso de drogas, o sexo e um suposto Satanismo por parte dos integrantes da banda. Uma característica que a tornaria antipática perante a mídia e a sociedade de seu país. Paradoxalmente, a banda tem sido constantemente premiada pela originalidade de seus clipes, por suas músicas instigantes, e também pelas embalagens caprichadas de seus CD’s.
O disco Lateralus, de 2001, trouxe como inovação ao som do Tool a assimilação das influências do Hinduísmo, religião nascida na Índia há aproximadamente 3 milênios a.C. que possui milhares de deuses (!) e uma influência considerável em vários países por onde se espalhou, inclusive no Brasil.
O Hinduísmo prega o conceito do samsara, ciclo contínuo de reencarnações e do carma, ou lei da causalidade, que prega que o modo como vivemos hoje afetará diretamente na nossa próxima reencarnação. As boas atitudes em vida afetarão na próxima etapa de nosso ciclo evolutivo espiritual.
Para terminar, uma outra peça pregada por Maynard James Keenan na imprensa especializada em rock, no ano de 2005, Keenan anunciou para a imprensa que havia se convertido em cristão e estava deixando a banda. Depois do choque de fãs e amigos do músico, e algum suspense, o cantor esclareceu que se tratara de uma brincadeira de 1º de Abril em um comunicado no site oficial do Tool.    

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